Sou muito indecisa, admito que levei um bom tempo até decidir sobre qual filme eu escreveria para iniciar minha seção no blog. Eu tinha 16 anos quando assisti pela primeira vez a um filme que me fez chorar... minutos soluçando ao som da música que trazia os créditos finais à tela.
"Réquiem Para Um Sonho" me fascinou à primeira vista, naqueles 16 inocentes anos, mesmo com as milhares de dúvidas que rodearam minha mente ao fim do filme. Hoje, quatro anos depois, acho genial a forma como ainda enxergo algo novo a cada vez que volto a vê-lo.
Lembro que “Réquiem” me foi indicado como “um ótimo filme sobre drogas”. Hoje, eu o recomendaria sem medo como um incrível longa sobre vícios. Há uma fragilidade muito grande na história de cada personagem retratado. Sara Goldfard (Ellen Burstyn) é uma mãe viciada em televisão, comida, emagrecimento e, consequentemente, anfetaminas; tudo para alimentar o sonho de aparecer em seu programa preferido, usando o vestido vermelho e os sapatos dourados que usara na formatura de seu filho, Harry Goldfarb (Jared Leto): viciado em heroína e demais drogas – lícitas e ilícitas –, que divide tais vícios com seu amigo, Tyrone (Marlon Wayans), e sua namorada, Marion (Jennifer Connelly).
E durante toda a trama, vê-se diferentes formas de compulsão por variados objetos: o rico viciado em mulher (ou pussy, como é dito no filme), o psicólogo viciado na paciente, os telespectadores viciados no programa de perguntas e respostas, os enfermeiros viciados em jogatina... O que ocorre é uma forma de mostrar que toda a discriminalização que existe por adictos, que essa mania de torcer o nariz e dizer “Ele está perdido, não passa de um drogado.”, é isso e somente isso: uma mania, um vício a mais. No final, somos todos viciados em algo, de alguma forma.
“Réquiem Para Um Sonho” é, do começo ao fim (especialmente no fim), um drama que mostra que para determinados desafios, só nascendo de novo; e a cada cena, toca-se o réquiem* dos sonhos de cada personagem.
Em 2006, o longa de Darren Aronofsky me foi recomendado como um filme pesado, que “não é para qualquer um”. Concordo, mas digo que é tão pesado quanto a nossa realidade e, talvez por isso, de fato: não é para qualquer um.
*marcha fúnebre
Trailer:
Ana
3 comentários:
você é ótima nisso!
escreve todo dia, poxa vida.
beijos, ana.
achei essa sessão/coluna/o que for a-tua-ca-ra!
demais, ana. :*
Quando vi esse filme lembro que fiquei meio catatônica por uns dias, daí, as coisas voltaram ao normal... nhain?
E concordando com a Anna Beatrice, é mesmo a sua cara esta parte do blog. =)
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